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PRODUZINDO SEU PRÓPRIO ALIMENTO DE FORMA SAUDÁVEL E SUSTENTÁVEL

  • Jorge Lima
  • 28 de jul. de 2017
  • 7 min de leitura

Hoje é cada vez maior a procura por alimentos livres de agrotóxicos ou aditivos químicos que possam colocar em risco a nossa saúde. Observa-se, também, certa mudança comportamental no estilo de vida de milhares de pessoas, agora buscando por qualidade através de exercícios físicos regulares associados à boa alimentação.

A opção é aproveitar qualquer espaço ventilado e de boa iluminação, para plantar a sua própria mini-horta. Além de se produzir alimentos de qualidade, trabalhar com a terra pode se revelar verdadeira terapia para aqueles que têm uma vida agitada e estressante através do contato com a natureza. Assim, a agricultura urbana e orgânica vem despertando cada vez mais o interesse das pessoas que buscam esse retorno ao passado mais saudável.

Dessa forma também evitamos desperdícios e reciclarmos as sobras de vegetais, papéis, filtros de café, pó de café, podas de grama e de árvores, folhas caídas etc. Como??? Transformando esse material num composto conhecido como adubo orgânico. Nele, as cascas e os outros produtos de origem orgânica são digeridos por micro-organismos (bactérias e fungos), sendo transformados em húmus. Também podemos comprar o húmus e misturá-lo à terra vegetal e mineral (terra ou solo comum), também encontradas no comércio. Esse processo é chamado de compostagem, ou seja: conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos com o propósito de produzir húmus.

Construindo uma mini composteira:

Você vai precisar de: 2 a 3 caixas organizadoras plásticas ou quaisquer recipientes que se encaixem perfeitamente um sobre o outro, resíduos orgânicos: jornais, folhas caídas no jardim, podas de árvores e grama, restos de cozinha (vegetais) crus, matéria orgânica seca, terra e/ou húmus de minhoca (fontes de minerais e de micro-organismos), borra de café, tecido velho, 1 borrifador de água ou regador e 1 pazinha (você também pode substituir por uma colher), furadeira ou objeto perfurante.

Como fazer com caixas organizadoras:

  1. Juntar os resíduos orgânicos e cortá-los bem pequenos (quanto menores os resíduos, mais rápido se dá a transformação).

  2. Fazer vários furos no fundo, na borda superior e na tampa de uma das caixas;

  3. Cobrir o fundo da caixa perfurada com tecido velho (de preferência os sintéticos - fibras artificiais);

  4. Depositar na caixa uma camada de matéria seca (folhas, grama, papel e jornal não coloridos picados);

  5. Fazer outra camada com os resíduos úmidos (sobras vegetais frescos ou apodrecidos, coador de papel recém-usado) da mesma espessura da primeira camada;

  6. Agora, uma camada de terra e húmus de minhoca. Essa camada não é obrigatória. Serve apenas para acelerar o processo da compostagem;

  7. Repetir a camadas até sobrar espaço apenas para uma camada na caixa;

  8. A última camada é de matéria seca, deixando apenas um dedinho deitado de espaço na caixa, onde foram feitos furos;

  9. Então, espalhamos borra de café por cima de tudo*;

  10. Tampar com a tampa perfurada*;

  11. Depositar a caixa com os compostos sobre a outra que não foi perfurada;

  12. Quando a caixa com composto estiver lotada, deitar sobre ela a terceira caixa, também perfurada, e continuar o processo.

* O uso da borra de café tem o objetivo de afastar insetos e mascarar os improváveis odores.

A adubação com composto orgânico aumenta a fertilidade do solo e sua capacidade de fornecer nutrientes para as plantas, além de propiciar mais resistência delas às doenças.

As hortaliças compreendem o grupo de vegetais que, em sua maioria têm consistência tenra, não têm o caule lenhoso (que possui aparência ou características de madeira), atingem o estágio de colheita em curto espaço de tempo. Também precisam de cuidados intensivos, exigindo, portanto, pequenas áreas de cultivo.

Olericultura é um ramo da horticultura que corresponde ao cultivo de legumes, verduras e outras plantas comestíveis. E é esse ramo que nos interessa mais; não é mesmo?

A Agricultura Orgânica é um modelo agrícola que se traduz como práticas de reciclagem de nutrientes e da matéria orgânica (compostagem ou incorporação dos resíduos culturais no solo e rotação de culturas), onde o solo é um organismo vivo.

Fundamentos da agricultura orgânica:

- O solo é um organismo vivo que deve receber matéria orgânica e proteção à erosão;

- A nutrição das plantas, segundo as suas necessidades, deve ser por produtos naturais;

- A utilização de extratos vegetais, caldas e biofertilizantes é o último procedimento em relação à saúde das plantas;

- Água de boa qualidade é indispensável a todos os tratos culturais;

- O respeito a todas as necessidades dos organismos vivos é lei imutável.

Rotação de culturas:

Nunca devemos fazer o plantio de uma mesma hortaliça no solo onde acabamos de cultivá-la e colhe-la, pois, pode haver a proliferação de doenças e pragas específicas a uma determinada cultura. Outro motivo: não só os vegetais têm necessidades e capacidades distintas de concentração de nutrientes; também os seus horizontes diferenciam-se em profundidade.

Consórcio de culturas:

Duas ou mais espécies na mesma área de plantio parece ter efeitos diretos na diminuição de doenças e ocorrência de insetos e ervas infestantes.

Os predadores naturais dos insetos nocivos às culturas comumente são mais abundantes em policultivos do que em monoculturas.

As plantas em monocultura, devido à arquitetura de suas folhas e ramos semelhantes cria um microclima ideal para o desenvolvimento de fungos e bactérias. Quando espécies distintas são consorciadas em plantio com um arranjo espacial ajustado para aerar todo o consórcio e entendida a relação patógeno/hospedeiro/ambiente, a incidência dessas doenças é reduzida.

O crescimento diferenciado das espécies consorciadas provoca maior sombreamento do solo, impedindo ou desacelerando a germinação e o desenvolvimento de ervas invasoras.

Cobertura morta:

A aplicação de uma fina cobertura de resíduo vegetal sobre a terra não apenas conserva umidade, mas também alimenta as plantas, as minhocas, os micro-organismos e outras espécies de vida no solo. A matéria orgânica decomposta por estas várias formas de vida facilita a aglutinação das partículas do solo, retendo mais água e gases necessários para o bom desenvolvimento das plantas. Também reduz o crescimento de plantas invasoras e os impactos da radiação solar e a erosão do solo pela chuva e rega/irrigação. Capins e estruturas semelhantes são os ideais.

Fatores abióticos que devem ser levados em consideração:

Temperatura

Principal fator climático limitante em olericultura. Cada espécie possui faixas ideais de temperatura em cada etapa do seu ciclo de desenvolvimento.

Temperaturas inferiores ao ideal retardam o seu desenvolvimento (prolongam o ciclo) ou provocam sua floração precoce, afetando a formação de suas partes comestíveis.

Temperaturas além do ideal afetam a qualidade do produto.

Intensidade luminosa

A fotossíntese (produção de açúcar pelos seres clorofilados através da energia da luz solar, dióxido de carbono e água).

O aumento de incidência de luz solar nas plantas promove o incremento da atividade fotossintética, resultando, até certo ponto, em aumento da produção saudável de seus tecidos.

Sob baixa de luminosidade a formação da matéria seca da qual resultam os tecidos vegetais ocorre desordenadamente (alongamento celular/estiolamento - aumento na altura e extensão da parte aérea).

Esses fatores explicam as altas produtividades em locais de alta intensidade luminosa

Umidade

Na maioria das hortaliças, o peso de suas partes comestíveis é constituído por 90% de água. Portanto, a disponibilidade de água no solo e no ar está diretamente relacionada ao desenvolvimento saudável das olerículas.

No solo, o teor de umidade é proporcional à absorção de nutrientes carreados ao vegetal pela água.

No ar, a umidade condiciona a transpiração vegetal (perda de água pelas folhas) e o ataque de fungos e bactérias patogênicos (alto teor de umidade) ou ácaros e determinados insetos (baixo teor de umidades).

Vento

O vento é o movimento do ar em relação à superfície terrestre.

Os ventos em excesso afetam o crescimento das plantas sob três aspectos: transpiração, absorção de CO2 e efeito mecânico sobre as folhas e ramos (a quebra de galhos, queda e rasgamento de folhas). Ventos fortes também dificultam ou impedem o trabalho dos insetos polinizadores.

Solo

Os solos medianamente argilosos, com boa quantidade de barro, humosos e ricos em matéria orgânica, possuem uma melhor capacidade de armazenamento de água. Esta boa estrutura (blocos angulares ou grumos) facilita também a drenagem do excesso de água, permitindo maior aeração do solo, importante para o desenvolvimento do sistema radicular das plantas.

Um solo sadio é repleto de vida. Os micro-organismos em abundância podem ser percebidos através da matéria orgânica em decomposição (folhas, flores e galhos em tons escuros esfarelando-se é uma pista). Os animais diminutos e pequeninos podem ser observados a olho nu ou através dos seus rastros e túneis. A terra é porosa e permeável ao ar e à água. As raízes são diversas e abundantes, que se alastram sem dificuldades para penetrar o solo.

Agora é só semear ou plantar mudas de suas espécies preferidas em jardineiras, vasos ou outros recipientes perfurados no fundo e com um mínimo de 20 cm de solo, regar sem encharcar e colocar um pouco do seu húmus a cada 15 dias. Também é recomendado adicionar uma colher de sopa de farinha de osso ou pó de casca de ovos e duas de carvão vegetal uma vez por mês.

Como plantar:

O fundo do vaso deve receber uma camada de cascalho, brita zero ou argila expandida e, sobre ela, um tecido sintético ou manta de bidim (tendo o cuidado de ajustar a borda do tecido às laterais do vaso).

Por sobre o solo acrescenta-se uma cobertura morta.

Solo

Cada espécie tem suas exigências. Porém, normalmente, uma mistura de duas partes de solo argiloso (barro), uma parte de areia lavada e uma parte do húmus produzido por você apresenta excelentes resultados para a maioria das espécies.

Sementes

- Fazer covas com a profundidade semelhante ao dobro do diâmetro da semente (com espaçamento entre furos, de acordo com a espécie escolhida);

- Colocar de uma a três sementes em cada furo*;

- Passar o dedo ou uma régua na superfície do solo, apenas encobrindo as sementes;

- Regar sem encharcar.

*Após o aparecimento de quatro folhas definitivas, descartar as duas mudas menos crescidas e saudáveis da mesma cova.

Mudas

- Fazer furos/covas que caibam confortavelmente as raízes das mudas;

- Usar os dedos para fechar as covas, de modo a manter a muda bem fixada ao solo;

- Regar sem encharcar.

É recomendado um mini ancinho para sempre arar/afofar o solo, inclusive na adubação do solo.

Pronto.

Agora é só curtir;

plantando, cuidando,

aguardando o tempo para a natureza fazer a sua parte,

e, depois

colher nossas delícias e

dividi-las com o pessoal de casa e com os amigos!

Divida também essa ideia!

Nosso corpo saudável agradece!

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