A arte de reconhecer as emoções alheias: os segredos da linguagem corporal
- Jorge Lima
- 1 de abr. de 2018
- 4 min de leitura

Sabe aquelas vezes quando você desconfia que alguém não está falando a verdade? Provavelmente você já deve ter percebido alguns olhares que denunciaram uma mentira ou um caso inventado ao conversar com um contador de histórias. Sim: nosso corpo fala além do que gostaríamos de transparecer ao outro. Ele mostra muito sobre a nossa personalidade, se estamos relaxados ou estressados, quando somos sinceros ou não, se desejamos ou não uma pessoa (ou aquele último brigadeiro da bandeja); quando estamos felizes ou não estamos prestando atenção ao papo do amigo, esposa ou marido (namorado?)
A comunicação inconsciente ou linguagem não verbal, ou da conduta, ou ainda entendida como linguagem corporal, trata das diversas mensagens emitidas por nós, consciente ou inconscientemente, através de movimentos corporais, de expressões faciais, de gestos, de posturas psicogeográficas e da entonação de voz. No texto “A saúde através da internet das coisas” eu cito como o pessoal da Microsoft desenvolve diversos projetos visando usar visão computacional e processamento de linguagem natural para descrever o ambiente onde o cego se encontra e, até identificar as emoções nos rostos das pessoas.

A linguagem corporal nos dá a primeira impressão sobre uma pessoa. Ray Birdwhistell concluiu que a voz é responsável por 38% das mensagens transmitidas por nós e, as palavras, apenas 7%. 55% da mensagem são transmitidas via linguagem corporal.
Para julgarmos uns aos outros costumamos levar um décimo de segundo, de acordo com uma pesquisa do psicólogo Alexander Todorov.
Na linguagem corporal, algo que nos chama muito a atenção são os gestos corporais, que ocorrem simultaneamente ao falarmos. São ações reproduzidas pelos pensamentos que transmitem um sentimento ou uma ideia. Essas ações são manipuladas pela palavra e pelas ideias.
As expressões faciais são, inegavelmente, as que mais revelam nossas emoções e sentimentos. Charles Darwin, em seu livro “As Expressões das Emoções no Homem e nos Animais”, de 1872, relata que a alegria, a tristeza, o medo, a raiva, a surpresa, o nojo e o desprezo se evidenciam em nossa voz, em nossa postura e em nossos músculos faciais.

Alegria

Tristeza
Fonte: http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-10-29/voce-sabe-reconhecer-as-emocoes-dos-outros.html
Já as marcas e os realces na face denunciam características da personalidade.



Fonte: http://delas.ig.com.br/comportamento/2013-05-29/o-que-as-linhas-do-seu-rosto-dizem-sobre-voce.html
E a mentira? Alguns detalhes, muitos deles em conjunto, podem desmascarar uma mentira: expressão facial não condizente com o discurso (expressar tranquilidade narrando uma situação tensa); a velocidade da fala não sintonizada com a velocidade dos movimentos das mãos; movimentos da cabeça de um lado para o outro, no sentido de negação; tapar os olhos ou a boca com as mãos; deixar de demonstrar expressões que retratam as emoções vividas na narrativa contada; a velocidade com que os olhos piscam varia enormemente no trecho em que o discurso é falso.
“O músculo ao redor dos olhos não obedece à vontade, ele só é ativado por um sentimento verdadeiro, por uma emoção agradável” (Duchenne de Boulogne).

As posturas de partes do corpo também podem revelar o nosso estado emocional. Uma pessoa confiante apresenta-se com o corpo ereto, onde a postura da cabeça, ombros, tronco, braços e pernas demonstram estar em harmonia e equilíbrio. Já o indivíduo inseguro apresenta sinais de timidez: mostra-se curvado, retraído, como se tentasse desaparecer ou se evadir do local!

Agora..., imagine você compreender toda essa linguagem corporal durante as suas interlocuções no ambiente de trabalho, na escola, na rua, no relacionamento amoroso, no trato com crianças e adolescentes, com o seu paciente, assistindo entrevistas e reportagens, durante as campanhas eleitorais etc. e, utilizar esse conhecimento em seu proveito!

Mais! Pense que você pode muito bem aprender a controlar e manipular suas próprias mensagens corporais: suas posturas, expressões faciais, gestos, entonação de voz! Que universo de chances e de possibilidades você abrirá para o seu sucesso pessoal, profissional e amoroso! Vislumbre o patamar que pode alcançar a sua autoestima! E se sentir bem em diversos aspectos da vida dá um up na sua saúde, não é mesmo?
“As variáveis para o sucesso numa entrevista de emprego são muitas. Mas há um componente crítico que permanece inconsciente para a maioria dos candidatos: a imagem transmitida pela linguagem corporal.“ (Claudia Gasparini).
Conheça alguns truques que você pode utilizar em entrevistas de emprego:
Acredito, no entanto, que o mais significativo em tomar ciência de nossa linguagem corporal é o autoconhecimento. O fato de se reconhecer tímido (e de se esforçar para não parecê-lo), por exemplo, funciona como um estopim para romper com esse sentimento. Imagine a injeção de autoestima, de confiança em você mesmo quando perceber que, aos olhos do outro, essa sua timidez inexiste!
Pois bem, há diversos cursos que capacitam você na arte de reconhecer nos outros e aprender a controlar em você mesmo as mensagens corporais! Um bom exemplo é o “Não minta para mim”. O curso é baseado na neurolinguagem e na psicologia analítica, ofertando ferramentas transformadoras na percepção profunda das pessoas; foco principal nas abordagens que o autor conduz.

Ricardo Ventura - um administrador de empresas pós-graduado em Psicologia Junguiana, coach e especialista em Comunicação Persuasiva e Analítica - lembra que em todas as circunstâncias de relacionamentos, antes de tudo, é preciso ser aceito pelo outro. E revela que está ao nosso alcance a arte da empatia instantânea.
Porém, para se alcançar a expertise nessa área da linguagem é imprescindível um olhar constante no outro. Não apenas as particularidades são importantes. O todo corporal, as circunstâncias e o ambiente são essenciais para o conhecimento do indivíduo que se observa! É um estudo fascinante e desafiador! E que, certamente, mudará para melhor a vida de quem se propuser a vivê-lo.

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